Revista Mix: as Estrelas do Bairro estão prontas para brilhar!

Mirella Joels

Revista Mix: as Estrelas do Bairro estão prontas para brilhar!

NathSchneider

Fotos: Eduardo Ramos

Os morros que enfeitam o horizonte da Vila Schirmer parecem abraçar as crianças que compõem o projeto de teatro e dança As Estrelas do Bairro. Os atores têm de 11 a 14 anos e ensaiam desde março, junto ao grupo de dança, para apresentar a peça O Reino de Bololândia de Cenouras.

Ao todo, são 15 estrelas prontas para levarem o talento para o palco do Espaço Cultural Victorio Faccin. A primeira apresentação ocorre neste domingo, 28, a partir das 17h, de graça. Em breve, vão ocorrer mais duas apresentações em escolas da rede pública, ainda sem data marcada.

Confira a sinopse da peça

Num reino muito distante, uma rainha tirana chamada Egoistina XII, tem para si todo o estoque de farinha e cenoura do reino. Certo dia, uma Boleira e um Sopeiro vão pedir para a rainha mais mantimentos para continuar fabricando suas guloseimas. Entretanto, a rainha incita uma competição entre os dois e quem trouxesse a comida mais gostosa ganharia todo o estoque, mesmo não precisando. Ao final, as duas se unem contra a rainha tirando ela do poder e criam uma nova delícia: o Bolo de Cenoura, mostrando que a união traz a descoberta de coisas inovadoras. O projeto conta com o apoio do Ministério do Turismo – Secretaria especial da Cultura por meio da Lei Rouanet, com o patrocínio da Minami Motors, a produção da Casa das Artes e da Ong Nossa Vida, Sua Vida.

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Quem vê as estrelas na sala alugada pela ONG na Vila Schirmer, não imagina quantas pessoas estão envolvidas para dar vida ao projeto. Uma delas, que incentivou a atitude de levar o brilho para além da Vila Schirmer, foi o professor de teatro Marcos Caye Lara, que inscreveu o projeto no edital da Lei Rouanet.

A iniciativa As Estrelas do Bairro é uma das ramificações da ONG Nossa Vida, Sua Vida, que atua há mais de 15 anos na Vila Schirmer, idealizada por Vera Lucia Medianeira Oliveira Pinto.

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Marcos deu aulas de teatro para que as crianças pudessem se divertir e ter segurança na hora de subir ao palco com som, luz e todos os outros elementos cênicos. Como escritor e diretor da peça que visita o imaginário infantil, o professor ressalta a criatividade dos atores no momento de repassar o texto:

– O texto foi escrito por mim mas é maleável e tem muito da criação deles. Conforme o contexto e as criações que eles me trazem, a gente modifica a estrutura e cria novos elementos.

Além do incentivo de Marcos, a professora de dança, Djenifer Nascimento, também contribuiu com o espetáculo. Ela atua no projeto Super Ação Através da Arte, que faz parte da ONG Nossa Vida, Sua Vida e percebe a importância do empoderamento artístico das crianças:

– Desenvolvemos uma coreografia de funk, com o passinho, baseado nas vivências do bailarinos com o aplicativo Tik Tok. O espetáculo traz a narrativa em um contexto de rainhas, bobos da corte e castelos, mas busca dialogar com a contemporaneidade. Na peça, o Bobo da corte, a fim de entreter a rainha, canta rap e os bailarinos dançam. Eles adoram Tik Tok, funk e hip hop, então, por que não trazer isso para a cena?

Como as Estrelas começaram a brilhar no Bairro

Nathalia, a Boleira

Nathalia interpreta a boleira do espetáculo e já participa da ONG há mais de 3 anos. Ela também realiza as oficinas de dança, pela qual já viajou e concorreu em festivais, mas essa é a primeira vez que ela vai se apresentar pelo teatro. O convite para participar do Nossa Vida, Sua Vida surgiu na escola e, segundo a avó, Ana Jara Freitas, a rotina da neta mudou para melhor depois que ela começou a participar das atividades:

– Antes, a rotina dela era escola, almoço, estudos, brincadeiras e celular. Melhorou bastante quando surgiu a ONG, porque aqui somos só eu, o avô dela e a mãe dela. Só tem ela de criança. Ela se enturmou com colegas e lá eles dançam bastante, brincam e viajam também. Ela fica menos no celular e, se dependesse dela, ia para ONG todos os dias – conta a avó de Nathalia, que também começou a participar das atividades da ONG por influência da neta.

Walter, o Bobo da Corte

Walter interpreta o Bobo da Corte que canta, dança e faz graça para a Rainha Egoistina rir. Segundo a mãe dele, Débora Viviane Nascimento, eles ficaram sabendo da ONG por serem vizinhos de Vera. Ela percebe que, além de ajudar toda as crianças a se desenvolver com as oficinas, a ONG também ajuda toda a comunidade.

– Quando meus três filhos tinham dificuldade na escola, sempre ofereceram reforço escolar, além das oficinas de teatro e música. Sem falar na ajuda na alimentação que eles proporcionam. Sempre estão buscando recursos para ajudar a comunidade. E sobre o Walter, o professor já me pediu para não tirar ele do teatro porque ele se dedica e representa bem os papéis. As partes que ele mais desenvolveu foram na área do teatro e do judô  – conta Débora.

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Andrysse, a Rainha

Andrysse tem 12 anos e participa das atividades da ONG desde os 7. Ela começou na percussão, depois veio a aula de reforço, dança e teatro. Neste domingo, ela vai representar a Rainha Egoistina XII no espetáculo.

– Além de fazer as aulas aqui, ela ajuda no final de semana que tem risoto solidário. No dia das mães, nas comemorações… Ela é que nem eu, podendo participar e ajudar, ela ajuda. E como eu sempre fui pai e mãe da Andrysse, do Andrian e do João Pedro, o projeto sempre me ajudou, desde que meus filhos eram pequenos. Eles me ajudam até com cesta básica e eu só tenho a agradecer. Prefiro que meus filhos estejam dentro do projeto do que na rua por aí  – comenta Elisandra Mattos, mãe de Andrysse. 

Luiz Henrique, Bailarino 

O impacto social e humano do projeto é visível e se confirma nos depoimentos dos responsáveis pelas crianças. As melhorias refletem até na saúde, como o caso de Luiz, que interpreta um dos bailarinos da Rainha e começou a frequentar a ONG a convite da coordenadora Vera. Recentemente, ele participou da 18ª edição do Dança Bagé e se destacou na categoria Dança Contemporânea Solo, na qual levou o terceiro lugar. A mãe dele, Alcione, comenta que as oficinas ajudam inclusive no tratamento de hiperatividade e déficit de atenção:

– Agora, ele se concentra mais na aula, só recebe elogios na escola e no projeto. Ele tinha dificuldade até para dormir e, agora, volta da aula e descansa. 

Agende-se

O quê – O Reino de Bololândia de CenourasOnde  – Espaço Cultural Victorio FaccinQuando – Domingo, 28 de agosto, às 17hQuanto – De graçaAutor e Diretor – Marcos Caye LaraElenco – Andrysse Araújo da Silva (Rainha Egoistina), 12 anos; Nathalia Freitas Trindade, 12 anos (Boleira), Ruan Gomes Cardoso (Sopeiro), 11 anos; Walter Nascimento (Bobo da Corte), 12 anos; Maria Paula Cezar Ribeiro (Guarda), 14 anos.Dança – Verônica Machado Lopes, Arthur Mascardim Freitas de Oliveira, Jordana Pantaleão dos Santos, Sarah Kalli Godinho, Sophia Santos dos Santos, Lauryane Castro, Helena Souza, Luiz Henrique Margarida Felipe, Leticia Maciel e Francielly Cavaleiro. Coreógrafa –  Djenifer NascimentoProdução – Casa das Artes e da Ong Nossa Vida sua Vida

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